Quase nove horas,
Sinto tudo menos eu próprio.
Porque é que demoras,
Estando eu já sóbrio?
Ou partiste por tal?
Deixaste-me mal
De consciência,
A vomitar palavras de dor sem ciência
E factos sem sentido.
Se oiço um gemido
É o meu estomago faminto,
A imitar o coração
Quando minto e digo que não
Quando o não é toda a verdade.
Deixas-me a saudade
De desaparecer ficando quieto,
Estremecer inquieto,
Ser certo.
Ver de perto
Cataclismos exóticos pelos pórticos do corpo.
Vou ser auto-salvo.
E salvo os erros semânticos
Nesta epopeia de três cânticos,
Far-me-ás o mal que preciso,
Deixando-me à sorte,
Enganando a morte
Porque me perco.
Serás o meu esterco.
Acabarás a cheirar bem e eu pronto a colher.
Acabarei maduro no chão duro:
Serei o fruto proibido de mim próprio.
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