Finalmente
Estou quente
Assim de repente
E talvez contente
Neste mundo dormente
De tanta gente
Nunca se sabe
Para que lado corre o rio
Continuo quente
Embora demente
Embora ciente
Que a vida dente-por-dente
Mente
Apressadamente
Antes que acabe
E que fique frio
Não existe boa maneira para começar.
A minha história não existe se for narrada.
Sou o perfeito erro humano em eflorescência
O meu querido bem, a loucura, em evidência,
a minha Arca da Vida, sempre amarrada
À culpa de ser culpado, oh, clemência!
Tende pena de mim, pois sou o único que não tenho
Que já me cansam as mesmas vozes, Asta!
Que para tantos bois amarrados, ja me basta
Os gritos da sociedade de onde venho
Que pedem ajuda (sem saber) à própria burrice vasta.
Sabendo então que a minha vida é o que ainda não fiz
Deixem-me ser o barco que se afasta das rotas
E que só volta nas hipoteses mais remotas
Estou a morrer e sou feliz
Porque ainda estou vivo, seus idiotas!
Olhem
Olhem para eles, parecendo
Pequenas formigas que se estorvam,
E sem saber se enervam.
Não entendo.
Que têm para dar senão
Duas restias de esperança,
Uma ou outra lembrança,
Se não sabem o que mais?
Pois que se lixe os créditos!
Mande-se embora os gestos
E os olhares que já são fétidos.
Comam-se os restos,
Antes que se tornem indigestos!
Eu sou quem os abomina!
A estes novos amores.
Renove-se os gestos
A estes gestos
Propague-se os sentidos
Pelos sentidos e não por segunda via.
Parem com isso, mudem essa mania.
Estão a querer viver,
Eu assim morria!
De que estão à espera,
De morrer?
Olhem o meu rosto,
atemorizado pelo vosso,
calado.
Alguma vez amado?
Mal existem e ja amam a existência do outro.
Como? Que há para amar senão uma ideia? Triste, triste.
Estes amores, horrorosos,
Tinha-os eu na minha infância.
Olhem para eles, amorosos...
Já namoram, a dez metros de distância.
Pequenas formigas que se estorvam,
E sem saber se enervam.
Não entendo.
Que têm para dar senão
Duas restias de esperança,
Uma ou outra lembrança,
Se não sabem o que mais?
Pois que se lixe os créditos!
Mande-se embora os gestos
E os olhares que já são fétidos.
Comam-se os restos,
Antes que se tornem indigestos!
Eu sou quem os abomina!
A estes novos amores.
Renove-se os gestos
A estes gestos
e retome-se os antigos.
Propague-se os sentidos
Pelos sentidos e não por segunda via.
Parem com isso, mudem essa mania.
Estão a querer viver,
Eu assim morria!
De que estão à espera,
De morrer?
Olhem o meu rosto,
atemorizado pelo vosso,
calado.
Alguma vez amado?
Mal existem e ja amam a existência do outro.
Como? Que há para amar senão uma ideia? Triste, triste.
Estes amores, horrorosos,
Tinha-os eu na minha infância.
Olhem para eles, amorosos...
Já namoram, a dez metros de distância.
Se eu ao menos tivesse a arte
Se eu ao menos tivesse a arte,
Se tivesse o medo e a coragem,
De perseguir o espirito selvagem
Que me assombra em toda a parte.
Só queria ter a arte,
O engenho, a palavra.
Para expor o que me lavra
A mente que me parte.
Queria ter a esperteza
De procurar a clareza
Do escuro do fim.
Mas como seria se tivesse
E aqui escrevesse,
O que vai em mim?
Se tivesse o medo e a coragem,
De perseguir o espirito selvagem
Que me assombra em toda a parte.
Só queria ter a arte,
O engenho, a palavra.
Para expor o que me lavra
A mente que me parte.
Queria ter a esperteza
De procurar a clareza
Do escuro do fim.
Mas como seria se tivesse
E aqui escrevesse,
O que vai em mim?
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